Que mecanismo é esse que é acionado dentro de nós quando somos privados daquela pessoa que tanto amamos?
Existem pessoas com as quais passamos semanas, meses e até anos sem ter qualquer contato mais próximo, mas sabemos que ela está disponível e que podemos procurá-la quando quisermos, ou pudermos, ou tivermos tempo...
Mas, de repente, tudo muda e essa pessoa sai de nossa vida repentinamente... o efeito lembra uma hemorragia interna. A gente parece bem por fora mas, por dentro, todo o organismo está comprometido. Os músculos vivem tensos, a cabeça está sempre distante, nostálgica, a respiração é apenas aquela suficiente para nos mantermos vivos, os olhos quase sempre vermelhos, e o coração... ah, o coração! Coitado! Este é o que mais sofre. Recebe toda a carga de dor, toda a pressão da culpa, da cobrança, do remorso, da saudade.
É aí que entra o “se...”. Nunca vi duas letrinhas tão prejudiciais quanto essas. O “se” nos mantém presos ao passado. Nos coloca em um looping do qual temos enorme dificuldade de sair. “Se eu tivesse feito assim”, ‘Se eu não tivesse dito aquilo”. Nada é mais cruel, porque não podemos voltar no tempo (ainda não!) e ficamos emperrados, não conseguimos ir adiante. Às vezes até saímos do lugar, mas são dois passos para frente e um para trás.
Eu queria, só por hoje, não sentir essa dor para a qual não existe analgésico, nem cura. Mas o máximo que é possível fazer é aprender a conviver com ela. E, nossa, como é difícil!
Perder um amor carnal é fácil. Dói igual topada com o dedinho do pé. Você acha que nunca vai passar, mas passa. Pode ser até que deixe uma marquinha, fique inchado um pouquinho, mas passa. Amor carnal é igual a prato predileto. Você jura que não vive sem comer a pizza do seu Pepe, até que descobre aquela empadinha de camarão da dona Jurema. No começo você frequenta os dois e fica assim, tentando se decidir. E quando acha que não é capaz de escolher entre um e outro, boom! Eis que abre logo ali na esquina, o pastel de catupiry do Betão. Aí ferrou, você larga tudo e cai de boca. Pois é, amor carnal é assim, volúvel demais.
O que dói mesmo, e não só no corpo, mas na alma também, é perder amor fraterno. Este, sim, é paulada na moleira. Porque amor fraterno é como um quebra-cabeça que você vai construindo ao longo da vida. Uma peça de cada vez... tá todo mundo lá, pai, mãe (biológicos ou do coração), irmãos (de sangue ou de fé), amigos... ah, os amigos! Estes seres que dão sentido à nossa vida. E, assim, formamos uma linda imagem, uma paisagem feita de laços indestrutíveis. Aí, você perde uma peça. Que coisa feia que fica. O cenário está lá, mas tem um espaço vago. Quanto menor o seu quebra-cabeça, maior o dano. Mas seja qual for o tamanho, a paisagem estará comprometida para sempre com a peça que se perdeu. Você até enxerga o todo e acha que dá para levar assim mesmo, mas quando fixa o olhar naquele espacinho vazio, como dói.
Dói porque você sabe que tinha uma peça ali. Você sabe o formato dela, sabe a cor, sabe exatamente que parte ela complementava, e nunca vai esquecer dela, porque mesmo que você não tenha completado o seu quebra-cabeça ainda, nenhuma outra peça vai preencher aquele vazio, ele é único e somente uma peça encaixa ali e é exatamente aquela que você perdeu...
quinta-feira, 28 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
Remorso
No momento em que ouviu alguém chamá-lo, virou-se e viu sua mãe. Ela usava um vestido azul desbotado e um avental velho. Tinha o cabelo maltratado e calçava chinelos muito gastos, maiores que seus pés. No sorriso sincero lhe faltavam alguns dentes. Por um instante, ele quis correr até ela, mas sentiu uma enorme dor no peito que o impedia de se mexer. Há muito que não tinha notícias dela, nem dos irmãos mais novos. Tentou fingir que não a vira, nem ouvira, mas assim que lhe dera as costas, sua voz soou alto: – Chiquinho, meu filho, vem comigo, mamãe está aqui...
Como ela podia chamá-lo de Chiquinho na frente de todo mundo? – Fez um esforço para olhar em volta e só viu pessoas desconhecidas. Ele não entendia como sua mãe o achara ali, depois de tanto tempo e tão longe de casa. Havia ido embora aos 17 anos, levando consigo o relógio de ouro do pai, que tinha sido ganho numa aposta muito justa quando encontrou o Coronel Viriato na estrada, pronto a dar o tiro de misericórdia em um touro premiado que estava atolado na lama do rio. Quando seu pai se ofereceu para ajudar, o Coronel riu, era franzino demais, não teria força para tirar o bicho dali, melhor era acabar logo com aquilo metendo uma bala certeira entre os olhos do animal. Mas seu pai não desanimou e pediu ao Coronel que lhe desse uma chance e se ele não conseguisse, então, que o animal fosse morto. Mas o Coronel gostava de jogo e transformou aquilo numa aposta. – Se seu pai conseguisse tirar o touro do rio, sozinho, ele lhe arrumaria um pedacinho de chão e, também, o relógio que trazia no pulso; mas se perdesse, teria que trabalhar seis meses nas plantações do Coronel sem ganhar um tostão. – Ele lembrava que o pai sempre tremia quando contava essa parte da história, falando do frio que sentira na espinha só de imaginar se não tivesse conseguido cumprir o prometido. A mãe estava de barriga e ele, o mais velho, já tinha dois irmãos e uma irmã. – Como é que o pai iria fazer se tivesse que trabalhar seis meses de graça? – O problema é que seu pai só pensava no pedaço de chão que a aposta valia, pois isso era sonho que poucos homens como ele realizavam antes de morrer.
Dizem que o animal conhece o que se passa no coração de um homem e que, às vezes, age em nome da Providência, por isso, deixou que seu pai o retirasse do rio sem lhe fazer mal algum. Os peões ficaram de queixo caído e de cara murcha diante do feito. E sendo o Coronel um homem de palavra, na mesma hora, tirou o relógio do pulso. Seu pai – que nem sabia ver as horas – não queria receber o relógio, só desejava o tal pedacinho de chão. Mas o Coronel insistiu e disse que ele guardasse para uma necessidade futura, que aquilo era peça de muito valor e poderia ser útil para a educação dos filhos.
Ele estava tão envolvido nessa lembrança que mal percebeu duas ou três vozes que o chamavam com persistência. Sua mãe permanecia ali, sorrindo gentilmente a espera de um abraço. Era impossível olhá-la nos olhos depois de 40 anos. Ele partira uma semana depois do pai morrer de tuberculose. A mãe fizera uma trouxa de pano de algodão cru, que estava sendo guardado para o enxoval da irmã caçula, mas como ela só tinha oito anos, com certeza, ele já estaria de volta até o dia do casório, trazendo presentes e um futuro melhor para todos. Na trouxa improvisada ia um pouco de farinha, um pedaço de charque, três bananas e alguma água barrenta para beber no caminho. Roupa, só a do corpo, e embrulhado num lenço encardido, ia o relógio de ouro do Coronel Viriato. Depois de duas semanas de carona em caminhão e de dormidas ao relento, rezando para não ser roubado, chegou ao destino. Com muita dificuldade conseguiu encontrar o amigo do Coronel, homem de boa índole, que o ajudou a obter um preço justo pelo relógio. Com o dinheiro, ele pagou sete meses de aluguel adiantados em uma vaga para rapazes. Vendo que era inteligente e esforçado, o amigo do Coronel lhe deu um emprego de contínuo na empresa da qual era dono. Aos poucos, foi se deixando seduzir pelas roupas que os homens usavam e pelos cabelos sedosos das mulheres. Tudo era tão diferente daquela terra miserável de onde viera. Decidiu estudar a noite e conseguiu uma vaga de Auxiliar Administrativo em outra empresa, onde ninguém sabia nada sobre sua vida. Logo, deixou definitivamente de ser Chiquinho e se tornou Francisco Ramos Silva, filho de um comerciante do interior e de uma professora primária. Hoje, ele era um rico executivo e sua história havia se tornado tão real, que ele não poderia mais voltar atrás.
E lá estava ele, de um lado, continuavam a lhe chamar com insistência: – Ei, ei, fica com a gente! – do outro, sua mãe lhe esperava pacientemente, com o mesmo vestido azul do dia em que partiu: – Chiquinho, meu filho, me dá um abraço. Eu senti tanto a sua falta. – ele pensou em correr para os braços dela, mas o remorso o impedia. Não sentia mais vergonha da mãe humilde e pobre, pelo contrário, sentia vergonha de si mesmo e da forma como a abandonara.
De repente, um gosto estranho lhe surgiu à boca e um líquido espesso e quente lhe saiu em jatos da garganta. Sentindo muito medo de perder sua mãe mais uma vez, esqueceu tudo e todos e correu a se atirar em seus braços: – Mãezinha, me perdoa, eu não fiz por mal, por favor, me perdoa! – e agarrados um ao outro, ela respondeu docemente: – Claro que eu o perdoo, está tudo bem agora, eu vim te buscar, vamos.
E, assim, naquele primeiro dia de verão, as pessoas começaram a se afastar, fugindo da chuva forte e repentina que caía lavando o sangue daquele corpo estendido no chão que dera seu último suspiro em meio a palavras mal pronunciadas que soavam como “perdão”, “mão” ou qualquer outra coisa parecida com isso. Era só mais um atropelamento por imprudência do pedestre. Não havia mais nada a ser feito e cada um seguiu seu rumo, procurando abrigo da chuva, enquanto Francisco Ramos Silva tinha a carteira, o celular e os sapatos saqueados por dois meninos de rua e seu corpo aguardava a remoção.
Como ela podia chamá-lo de Chiquinho na frente de todo mundo? – Fez um esforço para olhar em volta e só viu pessoas desconhecidas. Ele não entendia como sua mãe o achara ali, depois de tanto tempo e tão longe de casa. Havia ido embora aos 17 anos, levando consigo o relógio de ouro do pai, que tinha sido ganho numa aposta muito justa quando encontrou o Coronel Viriato na estrada, pronto a dar o tiro de misericórdia em um touro premiado que estava atolado na lama do rio. Quando seu pai se ofereceu para ajudar, o Coronel riu, era franzino demais, não teria força para tirar o bicho dali, melhor era acabar logo com aquilo metendo uma bala certeira entre os olhos do animal. Mas seu pai não desanimou e pediu ao Coronel que lhe desse uma chance e se ele não conseguisse, então, que o animal fosse morto. Mas o Coronel gostava de jogo e transformou aquilo numa aposta. – Se seu pai conseguisse tirar o touro do rio, sozinho, ele lhe arrumaria um pedacinho de chão e, também, o relógio que trazia no pulso; mas se perdesse, teria que trabalhar seis meses nas plantações do Coronel sem ganhar um tostão. – Ele lembrava que o pai sempre tremia quando contava essa parte da história, falando do frio que sentira na espinha só de imaginar se não tivesse conseguido cumprir o prometido. A mãe estava de barriga e ele, o mais velho, já tinha dois irmãos e uma irmã. – Como é que o pai iria fazer se tivesse que trabalhar seis meses de graça? – O problema é que seu pai só pensava no pedaço de chão que a aposta valia, pois isso era sonho que poucos homens como ele realizavam antes de morrer.
Dizem que o animal conhece o que se passa no coração de um homem e que, às vezes, age em nome da Providência, por isso, deixou que seu pai o retirasse do rio sem lhe fazer mal algum. Os peões ficaram de queixo caído e de cara murcha diante do feito. E sendo o Coronel um homem de palavra, na mesma hora, tirou o relógio do pulso. Seu pai – que nem sabia ver as horas – não queria receber o relógio, só desejava o tal pedacinho de chão. Mas o Coronel insistiu e disse que ele guardasse para uma necessidade futura, que aquilo era peça de muito valor e poderia ser útil para a educação dos filhos.
Ele estava tão envolvido nessa lembrança que mal percebeu duas ou três vozes que o chamavam com persistência. Sua mãe permanecia ali, sorrindo gentilmente a espera de um abraço. Era impossível olhá-la nos olhos depois de 40 anos. Ele partira uma semana depois do pai morrer de tuberculose. A mãe fizera uma trouxa de pano de algodão cru, que estava sendo guardado para o enxoval da irmã caçula, mas como ela só tinha oito anos, com certeza, ele já estaria de volta até o dia do casório, trazendo presentes e um futuro melhor para todos. Na trouxa improvisada ia um pouco de farinha, um pedaço de charque, três bananas e alguma água barrenta para beber no caminho. Roupa, só a do corpo, e embrulhado num lenço encardido, ia o relógio de ouro do Coronel Viriato. Depois de duas semanas de carona em caminhão e de dormidas ao relento, rezando para não ser roubado, chegou ao destino. Com muita dificuldade conseguiu encontrar o amigo do Coronel, homem de boa índole, que o ajudou a obter um preço justo pelo relógio. Com o dinheiro, ele pagou sete meses de aluguel adiantados em uma vaga para rapazes. Vendo que era inteligente e esforçado, o amigo do Coronel lhe deu um emprego de contínuo na empresa da qual era dono. Aos poucos, foi se deixando seduzir pelas roupas que os homens usavam e pelos cabelos sedosos das mulheres. Tudo era tão diferente daquela terra miserável de onde viera. Decidiu estudar a noite e conseguiu uma vaga de Auxiliar Administrativo em outra empresa, onde ninguém sabia nada sobre sua vida. Logo, deixou definitivamente de ser Chiquinho e se tornou Francisco Ramos Silva, filho de um comerciante do interior e de uma professora primária. Hoje, ele era um rico executivo e sua história havia se tornado tão real, que ele não poderia mais voltar atrás.
E lá estava ele, de um lado, continuavam a lhe chamar com insistência: – Ei, ei, fica com a gente! – do outro, sua mãe lhe esperava pacientemente, com o mesmo vestido azul do dia em que partiu: – Chiquinho, meu filho, me dá um abraço. Eu senti tanto a sua falta. – ele pensou em correr para os braços dela, mas o remorso o impedia. Não sentia mais vergonha da mãe humilde e pobre, pelo contrário, sentia vergonha de si mesmo e da forma como a abandonara.
De repente, um gosto estranho lhe surgiu à boca e um líquido espesso e quente lhe saiu em jatos da garganta. Sentindo muito medo de perder sua mãe mais uma vez, esqueceu tudo e todos e correu a se atirar em seus braços: – Mãezinha, me perdoa, eu não fiz por mal, por favor, me perdoa! – e agarrados um ao outro, ela respondeu docemente: – Claro que eu o perdoo, está tudo bem agora, eu vim te buscar, vamos.
E, assim, naquele primeiro dia de verão, as pessoas começaram a se afastar, fugindo da chuva forte e repentina que caía lavando o sangue daquele corpo estendido no chão que dera seu último suspiro em meio a palavras mal pronunciadas que soavam como “perdão”, “mão” ou qualquer outra coisa parecida com isso. Era só mais um atropelamento por imprudência do pedestre. Não havia mais nada a ser feito e cada um seguiu seu rumo, procurando abrigo da chuva, enquanto Francisco Ramos Silva tinha a carteira, o celular e os sapatos saqueados por dois meninos de rua e seu corpo aguardava a remoção.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Happy Hour
Depois de quase três meses de muita insistência floreada de cortejos, Romildo já não tinha mais repertório para tentar convencer Clarinha a tomar um chope com ele. A resposta da colega de trabalho era sempre a mesma: - Eu tenho namorado Romildo, não fica bem.
É, ele já estava perdendo as esperanças, não sabia mais o que dizer para driblar a resistência da moça. Criava todas as situações possíveis para ficar a sós com ela no cafezinho da Copa, na máquina de xerox, na saída para o almoço... mas bastava Clarinha perceber que só estavam os dois, que dava um jeito de escapulir.
Até que um dia, Romildo estava conferindo um estoque de canetas novas que havia chegado pela manhã quando percebeu Clarinha em pé ao seu lado. Os olhos vermelhos de quem havia chorado, as mãos nervosas apertando os dedos freneticamente, os cachos mais volumosos do que o normal.
- Aconteceu alguma coisa Clarinha?
Romildo perguntou já se levantando e vendo ali uma oportunidade de ficar mais próximo.
- Você ainda quer sair para tomar aquele chope?
- Quero, mas...
Clarinha não o deixou concluir a frase.
- Então, tem que ser hoje. A gente se encontra neste endereço. – ela tirou um pedaço de papel do bolso do jeans apertado e enfiou-o no bolso da camisa dele. – Eu vou sair às cinco e você sai uns vinte minutos depois. Não quero que ninguém daqui saiba, você entende, né?
Mas Romildo não teve tempo de responder. Clarinha saiu repentinamente, da mesma forma que entrou. Ainda eram dez horas da manhã e ele não conseguia mais se concentrar no trabalho. Passou o dia ensaiando a conversa que teriam, pensando no que dizer para não falar bobagem. Se fizesse tudo direito, talvez até conseguisse dar uns “pegas” na moça.
Quando chegou o fim do expediente, os colegas se despediram e Clarinha saiu junto com eles. Romildo se ofereceu para trancar a loja, assim, ganharia tempo para que ninguém visse que ele e Clarinha tinham planos juntos.
Vinte minutos depois, Romildo pegava o papel no bolso da camisa e ia rumo ao encontro tão desejado com Clarinha. O local era um bar, afastado da área comercial onde trabalhavam, mas que dava para ir a pé. Entrou e viu a moça sentada em uma mesa no canto, sua fisionomia estava tensa e ela arregalou os olhos quando o viu. Levantou-se subitamente, quase derrubando a garrafa d’água que estava sobre a mesa. Foi quando Romildo reparou que havia dois copos cheios. Mal teve tempo de se aproximar dela, um vulto musculoso passou em direção à Clarinha e deu-lhe um beijo na boca, daqueles que dão a impressão que a língua quer resgatar alguma coisa presa na garganta da outra pessoa.
Romildo ficou atônito com aquela cena, não sabia o que fazer. – Que diabos está acontecendo? – ele perguntou a si mesmo.
Ficou parado ali, diante do casal, sem mexer um músculo sequer. O brutamontes que descolara a boca desentupidora de pia dos lábios delicados de Clarinha, percebendo aquela figura estática diante deles, perguntou já em tom de briga:
- Qualé mermão, tá olhando o quê?
Levou meio segundo para que Clarinha sorrise para ele dizendo:
- Rominho, querido, como você vai? – e virando-se para o galalau – Amor, você não vai acreditar, este é meu cabelereiro.
Percebendo a deixa da moça, Romildo transfigurou-se e usando todos os estereotipos que sabia, respondeu com voz afetada:
- Moooonaaaaa, você por aqui?
Dali em diante os três sentaram-se e conversaram por horas. Clarinha contou que estava entrando no bar quando seu namorado Valcyr a segurou pelo braço. Eles haviam brigado na noite anterior e o rapaz inconformado, a esperara na saída do trabalho, seguindo-a até o bar. Não acreditando que ela estivesse ali sozinha, entrou e esperou para ver se não iria aparecer algum marmanjo atrás dela. Chegou até a desconfiar do cabelereiro.
- Sabe Rominho – disse o namorado de Clarinha – eu achei que isso era armação, fiquei meio bolado no início, mas agora tô vendo que você é florzinha mesmo. – e deu um apertão na coxa de Romildo, soltando uma gargalhada que atraiu todos os olhares.
Já passava da meia-noite quando se despediram. Clarinha foi embora com Valcyr e Romildo seguiu em direção ao ponto de ônibus. Não sabia se estava puto, decepcionado ou as duas coisas. – Tanto tempo esperando por este dia e o babaca resolve aparecer para estragar minha chance! E ainda me chama de “florzinha”, fala sério!
E em meio aos pensamentos confusos e revoltados, Romildo entrou no ônibus, mas ao pegar o dinheiro da passagem, um papel caiu do bolso traseiro da sua calça. Pegou-o para ver do que se tratava e ficou boquiaberto com o que estava escrito nele:
- Rô, você é realmente uma flor. Me amarrei na tua. Vou dar um jeito de pegar teu telefone com a Clarinha sem que ela desconfie de nada. Quero te pegar de jeito. Foi amor à primeira vista. Beijos, Valcyr.
É, ele já estava perdendo as esperanças, não sabia mais o que dizer para driblar a resistência da moça. Criava todas as situações possíveis para ficar a sós com ela no cafezinho da Copa, na máquina de xerox, na saída para o almoço... mas bastava Clarinha perceber que só estavam os dois, que dava um jeito de escapulir.
Até que um dia, Romildo estava conferindo um estoque de canetas novas que havia chegado pela manhã quando percebeu Clarinha em pé ao seu lado. Os olhos vermelhos de quem havia chorado, as mãos nervosas apertando os dedos freneticamente, os cachos mais volumosos do que o normal.
- Aconteceu alguma coisa Clarinha?
Romildo perguntou já se levantando e vendo ali uma oportunidade de ficar mais próximo.
- Você ainda quer sair para tomar aquele chope?
- Quero, mas...
Clarinha não o deixou concluir a frase.
- Então, tem que ser hoje. A gente se encontra neste endereço. – ela tirou um pedaço de papel do bolso do jeans apertado e enfiou-o no bolso da camisa dele. – Eu vou sair às cinco e você sai uns vinte minutos depois. Não quero que ninguém daqui saiba, você entende, né?
Mas Romildo não teve tempo de responder. Clarinha saiu repentinamente, da mesma forma que entrou. Ainda eram dez horas da manhã e ele não conseguia mais se concentrar no trabalho. Passou o dia ensaiando a conversa que teriam, pensando no que dizer para não falar bobagem. Se fizesse tudo direito, talvez até conseguisse dar uns “pegas” na moça.
Quando chegou o fim do expediente, os colegas se despediram e Clarinha saiu junto com eles. Romildo se ofereceu para trancar a loja, assim, ganharia tempo para que ninguém visse que ele e Clarinha tinham planos juntos.
Vinte minutos depois, Romildo pegava o papel no bolso da camisa e ia rumo ao encontro tão desejado com Clarinha. O local era um bar, afastado da área comercial onde trabalhavam, mas que dava para ir a pé. Entrou e viu a moça sentada em uma mesa no canto, sua fisionomia estava tensa e ela arregalou os olhos quando o viu. Levantou-se subitamente, quase derrubando a garrafa d’água que estava sobre a mesa. Foi quando Romildo reparou que havia dois copos cheios. Mal teve tempo de se aproximar dela, um vulto musculoso passou em direção à Clarinha e deu-lhe um beijo na boca, daqueles que dão a impressão que a língua quer resgatar alguma coisa presa na garganta da outra pessoa.
Romildo ficou atônito com aquela cena, não sabia o que fazer. – Que diabos está acontecendo? – ele perguntou a si mesmo.
Ficou parado ali, diante do casal, sem mexer um músculo sequer. O brutamontes que descolara a boca desentupidora de pia dos lábios delicados de Clarinha, percebendo aquela figura estática diante deles, perguntou já em tom de briga:
- Qualé mermão, tá olhando o quê?
Levou meio segundo para que Clarinha sorrise para ele dizendo:
- Rominho, querido, como você vai? – e virando-se para o galalau – Amor, você não vai acreditar, este é meu cabelereiro.
Percebendo a deixa da moça, Romildo transfigurou-se e usando todos os estereotipos que sabia, respondeu com voz afetada:
- Moooonaaaaa, você por aqui?
Dali em diante os três sentaram-se e conversaram por horas. Clarinha contou que estava entrando no bar quando seu namorado Valcyr a segurou pelo braço. Eles haviam brigado na noite anterior e o rapaz inconformado, a esperara na saída do trabalho, seguindo-a até o bar. Não acreditando que ela estivesse ali sozinha, entrou e esperou para ver se não iria aparecer algum marmanjo atrás dela. Chegou até a desconfiar do cabelereiro.
- Sabe Rominho – disse o namorado de Clarinha – eu achei que isso era armação, fiquei meio bolado no início, mas agora tô vendo que você é florzinha mesmo. – e deu um apertão na coxa de Romildo, soltando uma gargalhada que atraiu todos os olhares.
Já passava da meia-noite quando se despediram. Clarinha foi embora com Valcyr e Romildo seguiu em direção ao ponto de ônibus. Não sabia se estava puto, decepcionado ou as duas coisas. – Tanto tempo esperando por este dia e o babaca resolve aparecer para estragar minha chance! E ainda me chama de “florzinha”, fala sério!
E em meio aos pensamentos confusos e revoltados, Romildo entrou no ônibus, mas ao pegar o dinheiro da passagem, um papel caiu do bolso traseiro da sua calça. Pegou-o para ver do que se tratava e ficou boquiaberto com o que estava escrito nele:
- Rô, você é realmente uma flor. Me amarrei na tua. Vou dar um jeito de pegar teu telefone com a Clarinha sem que ela desconfie de nada. Quero te pegar de jeito. Foi amor à primeira vista. Beijos, Valcyr.
sábado, 16 de julho de 2011
Seu José
JOSÉ Rezende Ferreira nasceu em 25 de outubro de 1936. Brasileiro, natural do Rio de Janeiro, filho de...
Seria assim o início de uma biografia tradicional, no entanto, não acho que deveria escrever apenas sobre aquilo que é possível encontrar em seus documentos. "Seu José", como eu o chamava, foi meu sogro por 24 anos e tenho muito mais coisas a falar sobre ele do que simplesmente seus dados civis.
Meu primeiro contato com seu José foi por meio da Igreja Bom Jesus da Penha, em 1986, onde ele e dona Dilma faziam parte do ECC (Encontro de Casais com Cristo) e seus dois filhos, Ricardo e Rogério, frequentavam o JUSA (Juventude Semente do Amanhã), do qual eu também fazia parte.
Em 7 de fevereiro de 1987, eu e Ricardo começamos a namorar, o que me levou a frequentar sua casa e aumentar meu convívio com ele.
Seu José sempre foi um homem bom, que se deixava levar muito mais pela emoção do que pela razão. Era uma pessoa totalmente transparente e não havia quem não gostasse dele. De todas as coisas que me lembro, há aquelas que, para mim, se tornaram mais marcantes: sua paixão por futebol, sua memória, suas histórias e sua personalidade ativa.
Como típico descendente de português – seu pai veio de Portugal para o Brasil de navio aos 11 anos – torcia pelo Vasco da Gama e era capaz de dizer a escalação completa do time do coração em vários campeonatos, assim como, de todas as formações da seleção brasileira em Copas mundias. Era surpreendente. Além disso, sendo um apaixonado por esse esporte de origem inglesa, assistia a qualquer jogo que estivesse passando na TV, mesmo que a gente chegasse a duvidar que alguns times pudessem existir, tamanha inexpressão que tinham. Obviamente, assinava o pacote completo do brasileirão, então, quase sempre que eu chegava lá, seu José estava diante da TV, muitas vezes com o radinho de pilha no ouvido, torcendo, reclamando e fazendo todos participarem dos seus comentários. Seu tom de voz era sempre carregado de emoção, e se eu não soubesse de sua origem portuguesa, poderia jurar que seus ascendentes eram italianos.
Para sua felicidade, conseguiu fazer de seus dois filhos, torcedores vascaínos.
Para sua tristeza, seus filhos não tiveram o mesmo sucesso. Um neto é botafoguense (com este eu faço a mea culpa) e o outro é flamenguista.
Mas bom mesmo era ir com ele ao Maracanã vendo-o vestir a camisa do Vasco que eu e Ricardo o havíamos presenteado.
Seu José adorava contar histórias, tanto aquelas vividas por ele, quanto as dos amigos. E impressionava a riqueza de detalhes com a qual ilustrava a narração. Nunca se esquecia de um nome ou de uma data sequer. Ele fazia questão de dizer o dia, o mês e o ano dos fatos ocorridos. Ia a todos os aniversários, enterros, casamentos e qualquer outro evento para o qual fosse convidado. Nunca conheci uma pessoa tão pontual. Era sempre o primeiro a se aprontar para sair, ficava ansioso com a hora e, muitas vezes, tirava o carro da garagem 40 minutos antes de qualquer um terminar de se arrumar.
Quando Ricardo levou o escritório da Visar para a casa do pai, seu José fez curso de informática, aprendeu a “mexer no computador”, passou a ter conta de e-mail e cuidar da parte financeira e administrativa da empresa. Era organizado e disciplinado. Agora, vemos isso claramente, pois todos os documentos estão organizados em pastas identificadas e encontramos tudo com muita facilidade.
Eu poderia continuar a falar de seu José e a recontar seus casos por páginas e páginas, mas não seria justa, primeiro, porque não daria a mesma ênfase que ele e jamais me lembraria das datas e nomes como ele e, segundo, correria o risco de tornar este texto cansativo (se já não estou), tirando do leitor a oportunidade de conhecer um pouco dessa pessoa humana que ele foi. Mas preciso, contudo, contar a principal história de sua vida, que foi o próprio fato de ter vivido até os 74 anos.
Há pouco mais de 22 anos, eu estava grávida do Erik quando seu José teve um aneurisma de aorta. Ele estava internado no Hospital Pedro Ernesto e os médicos, julgando-o inconsciente, conversaram entre si que ele só teria duas semans de vida, no máximo. O que os médicos não aprendem na escola, é que a fé também cura. Seu José estava desacordado para eles, mas sua mente estava ativa, lúcida como sempre foi, e ele ouviu a conversa. Naquele momento, ele direcionou seu pensamento à Nossa Senhora e prometeu que, se visse o neto nascer, rezaria o terço todos os dias de sua vida.
A partir daí, ele se recuperou e voltou para casa cheio de recomendações médicas, dentre elas, o fato de que nunca mais poderia dirigir. Bem, o Escort perua estacionado na garagem desconhece isso, porque foi muito utilizado. Ah, sim, nossas noites de buraco acabaram, porque ele realmente levava o jogo muito a sério, então, resolvemos que era melhor poupá-lo de emoções fortes.
Fora isso ele passeou, trabalhou e se manteve ativo sempre, sem nunca mais precisar se internar, mas era escravo dos remédios, esse foi o preço, uma bateria deles todos os dias. Mas todos os dias ele também rezava o seu terço, sem faltar com a promessa um dia sequer, chovesse ou fizesse sol, estivesse onde estivesse.
No Domingo, dia 10 de julho de 2011, ele almoçou com o Erik que completara 22 anos no Sábado. Estavam presentes dona Dilma, Ricardo, Rogério, a nora Claudia e o outro neto, Thiago José, uma homenagem que o Rogério fez dando seu nome ao filho. Na Quarta-feira, dia 13 de julho, ele foi ao aniversário de uma das irmãs e compartilhou, mais uma vez, suas histórias, rodeado pelos demais irmãos, sobrinhos e amigos. Mas o momento chegou... ao voltar para casa, Nossa Senhora pousou a mão sobre seu ombro e lhe disse “Meu filho, venha rezar o seu terço ao meu lado, porque nesses 22 anos, ninguém o rezou com tanta fé e disciplina quanto você. Preciso de alguém aqui em cima que ensine minha oração às novas gerações”. Então, com o semblante sereno e um leve sorriso nos lábios, seu José, homem ativo e devoto, não foi capaz de dizer não. Entregou seu coração e sua alma a Deus, que o levou sem sofrimento.
É difícil descrever a dor dos que ficaram, pois sempre queremos um pouco mais daquela pessoa conosco, mas há a certeza de que ele foi recebido pela própria Mãe, com muita luz e amor. Nos despedimos dele com uma saudade que irá perdurar até o momento em que chegar a nossa vez, e lá estará seu José a nos receber, com tudo organizado e cheio de novas histórias para contar.
Até breve seu José.
Seu José, para sempre exemplo de fé.
Seria assim o início de uma biografia tradicional, no entanto, não acho que deveria escrever apenas sobre aquilo que é possível encontrar em seus documentos. "Seu José", como eu o chamava, foi meu sogro por 24 anos e tenho muito mais coisas a falar sobre ele do que simplesmente seus dados civis.
Meu primeiro contato com seu José foi por meio da Igreja Bom Jesus da Penha, em 1986, onde ele e dona Dilma faziam parte do ECC (Encontro de Casais com Cristo) e seus dois filhos, Ricardo e Rogério, frequentavam o JUSA (Juventude Semente do Amanhã), do qual eu também fazia parte.
Em 7 de fevereiro de 1987, eu e Ricardo começamos a namorar, o que me levou a frequentar sua casa e aumentar meu convívio com ele.
Seu José sempre foi um homem bom, que se deixava levar muito mais pela emoção do que pela razão. Era uma pessoa totalmente transparente e não havia quem não gostasse dele. De todas as coisas que me lembro, há aquelas que, para mim, se tornaram mais marcantes: sua paixão por futebol, sua memória, suas histórias e sua personalidade ativa.
Como típico descendente de português – seu pai veio de Portugal para o Brasil de navio aos 11 anos – torcia pelo Vasco da Gama e era capaz de dizer a escalação completa do time do coração em vários campeonatos, assim como, de todas as formações da seleção brasileira em Copas mundias. Era surpreendente. Além disso, sendo um apaixonado por esse esporte de origem inglesa, assistia a qualquer jogo que estivesse passando na TV, mesmo que a gente chegasse a duvidar que alguns times pudessem existir, tamanha inexpressão que tinham. Obviamente, assinava o pacote completo do brasileirão, então, quase sempre que eu chegava lá, seu José estava diante da TV, muitas vezes com o radinho de pilha no ouvido, torcendo, reclamando e fazendo todos participarem dos seus comentários. Seu tom de voz era sempre carregado de emoção, e se eu não soubesse de sua origem portuguesa, poderia jurar que seus ascendentes eram italianos.
Para sua felicidade, conseguiu fazer de seus dois filhos, torcedores vascaínos.
Para sua tristeza, seus filhos não tiveram o mesmo sucesso. Um neto é botafoguense (com este eu faço a mea culpa) e o outro é flamenguista.
Mas bom mesmo era ir com ele ao Maracanã vendo-o vestir a camisa do Vasco que eu e Ricardo o havíamos presenteado.
Seu José adorava contar histórias, tanto aquelas vividas por ele, quanto as dos amigos. E impressionava a riqueza de detalhes com a qual ilustrava a narração. Nunca se esquecia de um nome ou de uma data sequer. Ele fazia questão de dizer o dia, o mês e o ano dos fatos ocorridos. Ia a todos os aniversários, enterros, casamentos e qualquer outro evento para o qual fosse convidado. Nunca conheci uma pessoa tão pontual. Era sempre o primeiro a se aprontar para sair, ficava ansioso com a hora e, muitas vezes, tirava o carro da garagem 40 minutos antes de qualquer um terminar de se arrumar.
Quando Ricardo levou o escritório da Visar para a casa do pai, seu José fez curso de informática, aprendeu a “mexer no computador”, passou a ter conta de e-mail e cuidar da parte financeira e administrativa da empresa. Era organizado e disciplinado. Agora, vemos isso claramente, pois todos os documentos estão organizados em pastas identificadas e encontramos tudo com muita facilidade.
Eu poderia continuar a falar de seu José e a recontar seus casos por páginas e páginas, mas não seria justa, primeiro, porque não daria a mesma ênfase que ele e jamais me lembraria das datas e nomes como ele e, segundo, correria o risco de tornar este texto cansativo (se já não estou), tirando do leitor a oportunidade de conhecer um pouco dessa pessoa humana que ele foi. Mas preciso, contudo, contar a principal história de sua vida, que foi o próprio fato de ter vivido até os 74 anos.
Há pouco mais de 22 anos, eu estava grávida do Erik quando seu José teve um aneurisma de aorta. Ele estava internado no Hospital Pedro Ernesto e os médicos, julgando-o inconsciente, conversaram entre si que ele só teria duas semans de vida, no máximo. O que os médicos não aprendem na escola, é que a fé também cura. Seu José estava desacordado para eles, mas sua mente estava ativa, lúcida como sempre foi, e ele ouviu a conversa. Naquele momento, ele direcionou seu pensamento à Nossa Senhora e prometeu que, se visse o neto nascer, rezaria o terço todos os dias de sua vida.
A partir daí, ele se recuperou e voltou para casa cheio de recomendações médicas, dentre elas, o fato de que nunca mais poderia dirigir. Bem, o Escort perua estacionado na garagem desconhece isso, porque foi muito utilizado. Ah, sim, nossas noites de buraco acabaram, porque ele realmente levava o jogo muito a sério, então, resolvemos que era melhor poupá-lo de emoções fortes.
Fora isso ele passeou, trabalhou e se manteve ativo sempre, sem nunca mais precisar se internar, mas era escravo dos remédios, esse foi o preço, uma bateria deles todos os dias. Mas todos os dias ele também rezava o seu terço, sem faltar com a promessa um dia sequer, chovesse ou fizesse sol, estivesse onde estivesse.
No Domingo, dia 10 de julho de 2011, ele almoçou com o Erik que completara 22 anos no Sábado. Estavam presentes dona Dilma, Ricardo, Rogério, a nora Claudia e o outro neto, Thiago José, uma homenagem que o Rogério fez dando seu nome ao filho. Na Quarta-feira, dia 13 de julho, ele foi ao aniversário de uma das irmãs e compartilhou, mais uma vez, suas histórias, rodeado pelos demais irmãos, sobrinhos e amigos. Mas o momento chegou... ao voltar para casa, Nossa Senhora pousou a mão sobre seu ombro e lhe disse “Meu filho, venha rezar o seu terço ao meu lado, porque nesses 22 anos, ninguém o rezou com tanta fé e disciplina quanto você. Preciso de alguém aqui em cima que ensine minha oração às novas gerações”. Então, com o semblante sereno e um leve sorriso nos lábios, seu José, homem ativo e devoto, não foi capaz de dizer não. Entregou seu coração e sua alma a Deus, que o levou sem sofrimento.
É difícil descrever a dor dos que ficaram, pois sempre queremos um pouco mais daquela pessoa conosco, mas há a certeza de que ele foi recebido pela própria Mãe, com muita luz e amor. Nos despedimos dele com uma saudade que irá perdurar até o momento em que chegar a nossa vez, e lá estará seu José a nos receber, com tudo organizado e cheio de novas histórias para contar.
Até breve seu José.
Seu José, para sempre exemplo de fé.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Por que eu, por que isso, por que agora? Guia de percepção consciente.
Resenha do livro:
A autora americana Robin Norwood ficou mundialmente conhecida como psicoterapeuta especializada em dependência emocional após escrever, na década de 80, o livro Mulheres que amam demais, "bíblia" orientadora do grupo de apoio de mesmo nome, cuja sigla no Brasil é MADA, e que utiliza o mesmo formato dos Alcoólicos Anônimos.
O que poucos sabem sobre ela é que alguns anos depois desse estrondoso sucesso, ela mesma percebeu que ainda não estava "curada" e que suas ações começavam a contradizer seu discurso de mulher autossuficiente que havia superado o vício de relacionamentos fracassados e que sabia o porquê do problema de cada paciente que ia ao seu consultório.
Não suportando a pressão de ter que representar 24 horas por dia o personagem que ela mesmo criara e no qual acreditara por longo tempo, Norwood sucumbiu a uma crise nervosa, retirando-se do convívio social por anos, buscando um significado para tudo que havia feito até então.
Por que eu, por que isso, por que agora? é o resultado dessa busca, onde a autora começa a encontrar as respostas para suas questões no mundo espiritual. Não desmerecendo todo o seu trabaalho anterior, Norwood apenas o torna mais "humano" à medida que o espiritualiza. Agora, adepta à crença de que o homem possui uma alma imortal e da reencarnação como ferramenta de evolução do ser, ela busca o significado do sofrimento não apenas nos acontecimentos traumáticos e dolorosos da infância, mas na necessidade do aprendizado através dessas vivências que, muito provavelmente, foram originadas em vidas passadas.
Para quem leu seu primeiro livro e não crê que o homem possua um espírito eterno, Por que eu, por que isso, por que agora? pode fazer parecer que a autora simplesmente "surtou", uma vez que ela leva todo o empirismo de seu trabalho, aplicado em anos de experiência profissional, para as terapias alternativas como quiromancia, tarô, astrologia, regressão e outros, ainda vistos com desconfiança pela ciência acadêmica e pela sociedade.
No entanto, para quem é adepto de alguma crença espiritual, mesmo que não concorde com todas as técnicas utilizadas por Norwood, este livro tem um papel importante para aqueles que estejam passando por algum momento de dificuldade que envolva dor e sofrimento. Apesar de não trazer nenhum conceito diferente do que já existe na literatura espírita (ou espiritualista) de base, onde é até mais explorado, Por que eu, por que isso, por que agora? tem a vantagem de reunir o mesmo tema em uma única publicação, ampliando sua abordagem além do Espiritismo ortodoxo (erroneamente chamado de Kardecismo), crescente no Brasil e que, ao meu ver, descaracteriza o movimento que preza pelo conhecimento, amor cristão e caridade acima de qualquer radicalismo conceitual.
Mas, como este texto se propõe a ser uma resenha da publicação e não uma discussão moral sobre os rumos do Espiritismo no Brasil, transcrevo abaixo o sumário do livro e recomendo-o apenas a quem já está familiarizado com os conceitos espiritualistas, caso contrário, o leitor poderá estender um olhar de desconfiança e até mesmo sarcástico sobre uma obra que foi escrita com amor, fé e crença numa Força Superior, num Deus amoroso... sentimentos que não devem ser desmerecidos apenas porque divergem daquilo que o leitor acredita.
SUMÁRIO
Agradecimentos, 7
Apresentação, 13
1. Por que isso está acontecendo comigo?, 23
2. O que o meu corpo está procurando me dizer?, 40
3. Será que existe um quadro maior que eu não estou vendo?, 51
4. Qual é a finalidade da dor?, 74
5. Por que os meus relacionamentos são tão difíceis?, 95
6. Como fui acabar tendo estes pais?, 117
7. Para onde estou indo e quando chegarei lá, 135
8. Como posso ajudar na minha cura e na dos outros?, 158
Posfácio, 181
Leitura recomendada, 185
Norwood, Robin. Por que eu, por que isso, por que agora? guia de percepção consciente. São Paulo: Siciliano, 1995. 186 p.
Antes que alguém me peça, informo que este livro não está disponível para empréstimo, pois não empresto livros fora de catálogo. No entanto, é possível encontrá-lo nos sebos da Estante Virtual. No momento (consulta feita às 21h de 13/07/2011), há oito ofertas com preços entre R$10,50 e R$38,00.
Comprei meu exemplar há dois meses por R$16,00 (valor do livro + frete).
A autora americana Robin Norwood ficou mundialmente conhecida como psicoterapeuta especializada em dependência emocional após escrever, na década de 80, o livro Mulheres que amam demais, "bíblia" orientadora do grupo de apoio de mesmo nome, cuja sigla no Brasil é MADA, e que utiliza o mesmo formato dos Alcoólicos Anônimos.
O que poucos sabem sobre ela é que alguns anos depois desse estrondoso sucesso, ela mesma percebeu que ainda não estava "curada" e que suas ações começavam a contradizer seu discurso de mulher autossuficiente que havia superado o vício de relacionamentos fracassados e que sabia o porquê do problema de cada paciente que ia ao seu consultório.
Não suportando a pressão de ter que representar 24 horas por dia o personagem que ela mesmo criara e no qual acreditara por longo tempo, Norwood sucumbiu a uma crise nervosa, retirando-se do convívio social por anos, buscando um significado para tudo que havia feito até então.
Por que eu, por que isso, por que agora? é o resultado dessa busca, onde a autora começa a encontrar as respostas para suas questões no mundo espiritual. Não desmerecendo todo o seu trabaalho anterior, Norwood apenas o torna mais "humano" à medida que o espiritualiza. Agora, adepta à crença de que o homem possui uma alma imortal e da reencarnação como ferramenta de evolução do ser, ela busca o significado do sofrimento não apenas nos acontecimentos traumáticos e dolorosos da infância, mas na necessidade do aprendizado através dessas vivências que, muito provavelmente, foram originadas em vidas passadas.
Para quem leu seu primeiro livro e não crê que o homem possua um espírito eterno, Por que eu, por que isso, por que agora? pode fazer parecer que a autora simplesmente "surtou", uma vez que ela leva todo o empirismo de seu trabalho, aplicado em anos de experiência profissional, para as terapias alternativas como quiromancia, tarô, astrologia, regressão e outros, ainda vistos com desconfiança pela ciência acadêmica e pela sociedade.
No entanto, para quem é adepto de alguma crença espiritual, mesmo que não concorde com todas as técnicas utilizadas por Norwood, este livro tem um papel importante para aqueles que estejam passando por algum momento de dificuldade que envolva dor e sofrimento. Apesar de não trazer nenhum conceito diferente do que já existe na literatura espírita (ou espiritualista) de base, onde é até mais explorado, Por que eu, por que isso, por que agora? tem a vantagem de reunir o mesmo tema em uma única publicação, ampliando sua abordagem além do Espiritismo ortodoxo (erroneamente chamado de Kardecismo), crescente no Brasil e que, ao meu ver, descaracteriza o movimento que preza pelo conhecimento, amor cristão e caridade acima de qualquer radicalismo conceitual.
Mas, como este texto se propõe a ser uma resenha da publicação e não uma discussão moral sobre os rumos do Espiritismo no Brasil, transcrevo abaixo o sumário do livro e recomendo-o apenas a quem já está familiarizado com os conceitos espiritualistas, caso contrário, o leitor poderá estender um olhar de desconfiança e até mesmo sarcástico sobre uma obra que foi escrita com amor, fé e crença numa Força Superior, num Deus amoroso... sentimentos que não devem ser desmerecidos apenas porque divergem daquilo que o leitor acredita.
SUMÁRIO
Agradecimentos, 7
Apresentação, 13
1. Por que isso está acontecendo comigo?, 23
2. O que o meu corpo está procurando me dizer?, 40
3. Será que existe um quadro maior que eu não estou vendo?, 51
4. Qual é a finalidade da dor?, 74
5. Por que os meus relacionamentos são tão difíceis?, 95
6. Como fui acabar tendo estes pais?, 117
7. Para onde estou indo e quando chegarei lá, 135
8. Como posso ajudar na minha cura e na dos outros?, 158
Posfácio, 181
Leitura recomendada, 185
Norwood, Robin. Por que eu, por que isso, por que agora? guia de percepção consciente. São Paulo: Siciliano, 1995. 186 p.
Antes que alguém me peça, informo que este livro não está disponível para empréstimo, pois não empresto livros fora de catálogo. No entanto, é possível encontrá-lo nos sebos da Estante Virtual. No momento (consulta feita às 21h de 13/07/2011), há oito ofertas com preços entre R$10,50 e R$38,00.
Comprei meu exemplar há dois meses por R$16,00 (valor do livro + frete).
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Como te amo!
Amo você por ser meu amor!
Amo até demais,
Amo por mil razões,
Amo por razão nenhuma!
Se me perguntar "por que te quero?"
Quero só por querer.
Se me perguntar "por que te amo?"
Amo só por amar.
Desejo teus lábios junto aos meus
Para que possamos nos corresponder
Com essa paixão ardente que sinto por ti
E esse amor sobrenatural!
Corpo a corpo, colados, nos amando na horizontal
Deixando que os prazeres de nossos corpos
Nos domine por inteiro
Desde a mente até a alma.
Sem brigas, sem confusões
Jamais perdendo a calma.
Porque nossas brigas sempre terminam em amor.
Como é bom ser humilhada por ti e por mais ninguém.
Amo o teu sorriso
Amo a tua voz
Amo até o teu pensamento.
Quando penso em você com raiva de mim
E quando você beija-me à força
Cravando os seus lábios em todo o meu corpo
E cravando-os em minha boca queimando-a como uma brasa
Me enchendo de desejo por ti
Sinto vontade de gritar, num grito infantil.
Como gosto de ser adolescente
E ter você como amante.
Como gosto de saber que você me ama!
Rio de Janeiro, 1983.
Amo até demais,
Amo por mil razões,
Amo por razão nenhuma!
Se me perguntar "por que te quero?"
Quero só por querer.
Se me perguntar "por que te amo?"
Amo só por amar.
Desejo teus lábios junto aos meus
Para que possamos nos corresponder
Com essa paixão ardente que sinto por ti
E esse amor sobrenatural!
Corpo a corpo, colados, nos amando na horizontal
Deixando que os prazeres de nossos corpos
Nos domine por inteiro
Desde a mente até a alma.
Sem brigas, sem confusões
Jamais perdendo a calma.
Porque nossas brigas sempre terminam em amor.
Como é bom ser humilhada por ti e por mais ninguém.
Amo o teu sorriso
Amo a tua voz
Amo até o teu pensamento.
Quando penso em você com raiva de mim
E quando você beija-me à força
Cravando os seus lábios em todo o meu corpo
E cravando-os em minha boca queimando-a como uma brasa
Me enchendo de desejo por ti
Sinto vontade de gritar, num grito infantil.
Como gosto de ser adolescente
E ter você como amante.
Como gosto de saber que você me ama!
Rio de Janeiro, 1983.
O amor
O amor é que faz brotar flores no deserto
Que faz os passarinhos cantarem
E faz as pessoas felizes.
Como eu queria saber amar como os pássaros sabem.
Como eu queria interpretar o amor que sinto por você.
Rio de Janeiro, 20 de agosto de 1983.
Que faz os passarinhos cantarem
E faz as pessoas felizes.
Como eu queria saber amar como os pássaros sabem.
Como eu queria interpretar o amor que sinto por você.
Rio de Janeiro, 20 de agosto de 1983.
Só por hoje
Há tempos vejo esta frase: “Só por hoje”.
Ela aparece em nicknames, assinaturas, pensamentos etc. e sempre me perguntei qual seria o seu significado. Até que, há três meses, eu descobri. Na verdade, eu descobri seu significado genérico, mas não de que forma deveria aplicá-la em minha vida.
A questão é que, até ontem, eu ainda não a tinha dentro de mim. Não estava internalizada. Passei o dia no limbo, vagando pelas partes vazias da minha alma que, apesar de não serem muitas, existem o suficiente para causarem incômodo.
Quando a noite já se despedia, dando vez à madrugada fria, eu me deitei e pensei: só por hoje eu gostaria de não pensar nisso, só por hoje eu queria focar exclusivamente em mim.
Foi aí que a ficha caiu. Eu havia encontrado o meu “Só por hoje”! E pensei em um monte deles. Eu tenho muitos vícios mas, um em particular, não só me incomoda, como incomoda outros, além de me colocar em situações não muito confortáveis.
Eu sou uma dependente. Eu sou viciada em pessoas.
Não falo do vício de relacionamentos apenas, não, eu sou viciada em seres humanos. Alguns podem achar isso uma atitude altruísta, mas não é. Como todo vício, ele é danoso, porque ultrapassa todos os limites da razão.
Vícios causam dor e sofrimento. A diferença entre o “vício em pessoas” e os demais é que ele atinge, tanto o viciado, quanto o objeto do vício. Por isso, eu decidi que preciso vasculhar cada espacinho vazio em mim ou que esteja sendo ocupado indevidamente e fazer uma faxina.
No entanto, como “pacotes” costumam ser mais vantajosos do que compras avulsas, ou, pelo menos, mais práticos, resolvi incluir todos os vícios.
Então,
Só por hoje eu não vou fumar,
Só por hoje eu não vou tomar um drink para relaxar, ao invés disso, vou meditar.
Só por hoje eu não vou comer fritura,
Só por hoje eu vou pensar antes de falar, passar e-mail, torpedo ou qualquer outra forma de comunicação que possa me expor ao meu vício.
O meu “Só por hoje” não significa que não amarei mais as pessoas, pelo contrário, significa que eu as amo muito, eu as amo o suficiente para me afastar delas quando necessário. O meu “Só por hoje” quer dizer também que eu me amo! Me amo o suficiente para querer me curar.
Mas hoje ainda é Segunda-feira...
É o meu primeiro “Só por hoje”...
domingo, 10 de julho de 2011
Hoje
Hoje, eu queria ser um pássaro
Para voar em seus sonhos
Hoje, eu queria ser uma nuvem
Para flutuar em seus pensamentos
Queria andar sem destino
Mas no fim da caminhada, encontrar você.
Fazer da vida uma brincadeira
Como faz uma criança
Fazer do amor uma realidade
Como faz o poeta
Brincar com seus cabelos
E deixar que suas mãos,
Brinquem com o meu corpo
Livrar-me de uma máscara, que me obrigaram a usar.
Fingir que a vergonha não existe
E que hoje quero fazer amor até adormecer.
Dormir nos seus braços
Enquanto a Lua brilha no céu
E acordar quando o Sol raiar
E sua boca tocar a minha.
Olhar nos teus olhos
E ler a felicidade.
Olhar-me no espelho
E gritar de alegria.
Perder o medo, a insegurança
E esquecer os preconceitos.
Acreditar que o certo é aquilo que queremos.
Revelar meu passado, meu presente
E meu futuro.
Esquecer de uma vez o amor perdido
E acredita que o amanhã é certo.
Não ter medo de te perder.
Não ter receio de meus pensamentos.
Não cortá-los ao meio.
Não frustrar minhas ansiedades.
Te amar e ser amada.
Olhar para as estrelas
E saber que cada uma
É apenas uma parte do nosso amor.
Gritar ao mundo que te amo
E fazê-lo acreditar
Se tão grande
Para abraçar o mundo
E tão pequena
Para me esconder em teu bolso.
Conhecer teus passos
Conhecer meus passos
Sem ter medo de dá-los.
Hoje eu queria... hoje eu quero...
Por isso, hoje eu posso.
Para voar em seus sonhos
Hoje, eu queria ser uma nuvem
Para flutuar em seus pensamentos
Queria andar sem destino
Mas no fim da caminhada, encontrar você.
Fazer da vida uma brincadeira
Como faz uma criança
Fazer do amor uma realidade
Como faz o poeta
Brincar com seus cabelos
E deixar que suas mãos,
Brinquem com o meu corpo
Livrar-me de uma máscara, que me obrigaram a usar.
Fingir que a vergonha não existe
E que hoje quero fazer amor até adormecer.
Dormir nos seus braços
Enquanto a Lua brilha no céu
E acordar quando o Sol raiar
E sua boca tocar a minha.
Olhar nos teus olhos
E ler a felicidade.
Olhar-me no espelho
E gritar de alegria.
Perder o medo, a insegurança
E esquecer os preconceitos.
Acreditar que o certo é aquilo que queremos.
Revelar meu passado, meu presente
E meu futuro.
Esquecer de uma vez o amor perdido
E acredita que o amanhã é certo.
Não ter medo de te perder.
Não ter receio de meus pensamentos.
Não cortá-los ao meio.
Não frustrar minhas ansiedades.
Te amar e ser amada.
Olhar para as estrelas
E saber que cada uma
É apenas uma parte do nosso amor.
Gritar ao mundo que te amo
E fazê-lo acreditar
Se tão grande
Para abraçar o mundo
E tão pequena
Para me esconder em teu bolso.
Conhecer teus passos
Conhecer meus passos
Sem ter medo de dá-los.
Hoje eu queria... hoje eu quero...
Por isso, hoje eu posso.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Sonhos
Nossos sonhos são realidades que desejamos
Sonhar com flores, com pássaros, sonhar com a Natureza
Sonhar sendo livre.
Livre para te amar, sempre sonho
Livre para te desejar, te querer e te ter
Sonhar sendo sua, hoje, amanhã, eternamente
A lua brilhando ou o Sol irradiando numa manhã de verão.
O mar agitado, o teu corpo molhado,
Tua mente voando, teu coração disparado...
Sonhar acordada, imaginando boemia
O céu estrelado, na praia deserta,
Ficando excitada, minha mente aberta...
Sonhar fazendo amor,
Amor que consome, na rua, na praia
No motel, toda nua.
Sonhar sem vergonha, daquilo que sinto,
daquilo que desejo, que amo e quero.
Sonhar, sempre sonho,
Realizar, sempre desejo.
Te amar, sempre, sempre, sempre...
Hoje, amanhã, eternamente... te amo...
Sonhar com flores, com pássaros, sonhar com a Natureza
Sonhar sendo livre.
Livre para te amar, sempre sonho
Livre para te desejar, te querer e te ter
Sonhar sendo sua, hoje, amanhã, eternamente
A lua brilhando ou o Sol irradiando numa manhã de verão.
O mar agitado, o teu corpo molhado,
Tua mente voando, teu coração disparado...
Sonhar acordada, imaginando boemia
O céu estrelado, na praia deserta,
Ficando excitada, minha mente aberta...
Sonhar fazendo amor,
Amor que consome, na rua, na praia
No motel, toda nua.
Sonhar sem vergonha, daquilo que sinto,
daquilo que desejo, que amo e quero.
Sonhar, sempre sonho,
Realizar, sempre desejo.
Te amar, sempre, sempre, sempre...
Hoje, amanhã, eternamente... te amo...
Rio de Janeiro, 19 de junho de 1987.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Quando se caminha pela vida
Quando se caminha pela vida
Mesmo que pouco, aprende-se muito
Mas para que esse muito seja valioso
É preciso que se caminhe de mãos dadas com Deus
Porque o importante não é ser melhor,
E, sim, poder ajudar se preciso,
Não é ter muito e, sim, ter para poder dar
Não é ser forte e, sim, poder estender a mão
Pois cada vida é um caminho
E todo caminho tem seus desvios
É preciso evitá-los e, para isso
Precisamos de força e riqueza
Não de matéria e, sim, de Espírito
Pois só de mãos dadas com Deus
Poderemos seguir em frente
Sem errar o caminho.
Mesmo que pouco, aprende-se muito
Mas para que esse muito seja valioso
É preciso que se caminhe de mãos dadas com Deus
Porque o importante não é ser melhor,
E, sim, poder ajudar se preciso,
Não é ter muito e, sim, ter para poder dar
Não é ser forte e, sim, poder estender a mão
Pois cada vida é um caminho
E todo caminho tem seus desvios
É preciso evitá-los e, para isso
Precisamos de força e riqueza
Não de matéria e, sim, de Espírito
Pois só de mãos dadas com Deus
Poderemos seguir em frente
Sem errar o caminho.
Rio de Janeiro, 16 de abril de 1986.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
É, o fim do mundo está perto
É, os homens se odeiam.
O que será que eles pensam do amor?
Fabricando bombas para se matarem.
Isso é loucura!
Mas não adianta falar, eles não escutam.
Dobram-se e desdobram-se fabricando armas.
Os homens enlouqueceram.
Mais tarde, quando a Terra desaparecer, os homens
Unir-se-ão para reconquistarem um novo mundo e
Novamente brigarão por terras e poderes sem valor.
Destruirão planetas, galáxias...
O homem destruirá o Universo.
E eles pensam que podem conquistar o infinito.
Se eles se destroem, se...
Tudo eles desprezam, pisam...
Árvores, flores, animais, semelhantes...
Por que acham que conquistarão alguma coisa?
Eles se matarão antes de empunharem as armas.
Realmente, os homens estão loucos, entretanto, o poder,
Talvez lhes suba à cabeça.
O poder para eles é tudo. É, o fim do mundo está perto.
O que será que eles pensam do amor?
Fabricando bombas para se matarem.
Isso é loucura!
Mas não adianta falar, eles não escutam.
Dobram-se e desdobram-se fabricando armas.
Os homens enlouqueceram.
Mais tarde, quando a Terra desaparecer, os homens
Unir-se-ão para reconquistarem um novo mundo e
Novamente brigarão por terras e poderes sem valor.
Destruirão planetas, galáxias...
O homem destruirá o Universo.
E eles pensam que podem conquistar o infinito.
Se eles se destroem, se...
Tudo eles desprezam, pisam...
Árvores, flores, animais, semelhantes...
Por que acham que conquistarão alguma coisa?
Eles se matarão antes de empunharem as armas.
Realmente, os homens estão loucos, entretanto, o poder,
Talvez lhes suba à cabeça.
O poder para eles é tudo. É, o fim do mundo está perto.
Rio de Janeiro, 27 de abril de 1984.
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